Tratamento para controle de odor de efluentes

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Esgotos costumam ser associados a mau cheiro, afinal seus componentes apresentam por si odores que não são agradáveis. Mas a seguir, serão detalhadas as reais causas do mau cheiro e a importância do tratamento para controle do odor em efluentes com Lavadores de Gases, aumentando a eficiência de neutralização dos gases tóxicos e odores. 

Há uma variedade de gases detectados no esgoto que podem ser origem para percepção do mau odor, tais como sulfato de hidrogênio (H2S), álcoois, aldeídos, ácidos orgânicos voláteis, amônia, fenóis e aminas. A emissão descontrolada de tais gases no ambiente é denominada emissão fugitiva.

Emissões fugitivas

As emissões fugitivas podem ocorrer em diferentes estágios do processo de tratamento, desde a etapa inicial de tratamento preliminar até as estações elevatórias e reatores, que podem apresentar problemas de vedação.

Se ocorre um confinamento desse gás e a formação de corrente gasosa através de um exaustor, forma-se o denominado gás residual. Alguns estágios do tratamento preliminar e as estações elevatórias, podem ser cobertas e adotar o uso da exaustão, por exemplo.

O mau odor não é o único problema decorrente da emissão descontrolada, visto que alguns gases, como o sulfeto de hidrogênio, possuem efeito corrosivo, podendo danificar estruturas e equipamentos. Além disso, também podem gerar problemas para a saúde dos funcionários e contribuírem para as mudanças climáticas.

Sulfato de hidrogênio (H2S)

Como mencionado anteriormente, o sulfato de hidrogênio é um fator prejudicial para ambas as questões. Formado por conta da digestão anaeróbia de compostos, o H2S é a principal fonte de mau cheiro. Afinal, seu odor pode ser percebido pelo nariz humano mesmo em concentrações muito baixas, desde 8 ppb (partes por bilhão).

O sulfato de hidrogênio pode provocar efeitos colaterais na saúde humana, que variam em função da concentração e do tempo de exposição. Em concentrações baixas, como 10 ppm, podem ocorrer desde irritação nos olhos até perda de consciência momentânea, caso a exposição tenha sido longa. Em concentrações mais elevadas, na faixa entre 100 e 200 ppm, os efeitos passam a ser mais graves, como convulsões e edema pulmonar. Por fim, concentrações muito altas, acima de 900 ppm, podem levar à morte. Por conta disso, a legislação determina limites de exposição ao H2S.

Além disso, o sulfato de hidrogênio é um dos principais responsáveis pela corrosão de peças e equipamentos, pois quando exposto em condições de umidade e pouca quantidade de oxigênio, o H2S pode sofrer uma reação, sendo oxidado a ácido sulfúrico, que possui componentes corrosivos capazes de deteriorar metal e concreto.

Importância do controle do odor

A emissão de gases os fazem se espalhar pela atmosfera, sendo que fatores como condições climáticas e topográficas podem influenciar no alcance e velocidade. 

De acordo com a concentração do gás e o tempo de exposição, a comunidade em torno das estações de tratamento de esgoto pode se sentir incomodada pelo odor.

Portanto, é essencial implantar mecanismos para conter essa emissão, visando reduzir impactos à saúde e bem-estar da população local e ao meio ambiente.

Na adoção de tais medidas, podem ser feitas tanto ações preventivas que evitem a emissão fugitiva, quanto ações corretivas como o tratamento dos gases.

As medidas corretivas devem ser complementares às preventivas. Elas consistem na contenção e exaustão de gases, tratamentos de gases residuais, e desprender gases dissolvidos no efluente de reatores UASB.

O gás confinado receberá tratamento. O método mais eficaz e econômico é a biofiltração, onde microrganismos irão agir sobre as substâncias poluentes do gás, as oxidando em substâncias menos nocivas.

Considerações finais

Estações de tratamento de esgoto possuem diversos gases que podem ser prejudiciais à saúde dos funcionários e da comunidade vizinha, ao meio ambiente e à integridade dos equipamentos. Por isso é essencial investir em tratamento para controle do odor em efluentes.